Paulo Royer

A barlavento é um termo náutico que indica que o vento é contrário ao deslocamento que se deseja empreender com o barco durante a navegação. No passado, barcos só podiam navegar mediante a força dos ventos e podemos imaginar o que significava ter de esperar um vento a favor. Navegar a barlavento significa, portanto, navegar contra o vento, com velas dispostas a 45 graus, descrevendo uma trajetória em zigue-zague, mas que permite avançar, mesmo que o vento esteja contrário.

Evidentemente nem sempre temos vento a favor, a sotavento, e, nesses casos onde o vento está a barlavento, é bom saber técnicas de navegação com vento contrário.

Meu principal impacto é pela percepção do que poderia ser, a empolgação sobre a combinação entre pessoas, ou de pessoas e tecnologias/projetos/ideias.

Reúno as pessoas em uma equipe rapidamente. Uma vez que sou capaz de “agregar” as pessoas com tanta rapidez, torno as equipes e as organizações mais fortes em menos tempo.

Sou um pesquisador de fatos, tecnologias e produtos. Cada novo aprendizado é como uma matéria-prima que poderei usá-lo para gerar uma nova combinação de pessoas/produtos/ideias.

Trabalho com automação eletrônica desde 1996 utilizando circuitos eletrônicos para automatizar máquinas injetoras de plástico. A década de 1990 vivia um boom de novidades oriundas do exterior uma vez que a reserva de mercado havia sido extinta havia pouco tempo. Assim, máquinas e equipamentos estavam defasados tecnologicamente e precisavam urgentemente de automação que fosse flexível e confiável e segura.

Nesse período fui professor do senai CFP “Ney Damasceno Ferreira”, para eletricidade geral e eletrônica para turmas de jovens e adultos.

Na sequência fui trabalhar na Renault - Nissan de São José dos Pinhais, no Paraná, na instalação da fábrica de veículos utilitários, planta de pintura. Fizemos a validação da instalação e eu participei ativamente da configuração PID dos queimadores das cabines de pintura, bem como me tornei responsável pela qualidade da aplicação de tinta.

No inicio do segundo milênio a Ford Motor Company se instala na Bahia, na cidade de Camaçari, e tive o privilégio de participar da instalação e lançamento do ecosport e do fiesta, trabalhando dessa vez pela ABB com robótica na área de carroceria, onde se garante a estrutura em aço do carro através de pontos de solda.

Acabei participando de inúmeros projetos na indústria automotiva e Tiers, como Renault, Volvo, Scania, Ford, Aethra, Gestamp, Sodecia, Magna-Cosma, ao longo de duas décadas.

Com a pandemia houve o congelamento dos investimentos e realinhamento geral de estratégias, que provocou saída de empresas e o fechamento de postos de trabalho. Nesse momento continuei trabalhando com projetos de automação em áreas diferentes, que eu nem pensaria ser capaz.

Hoje trabalho com automação de armazéns através de robôs móveis autônomos, por meio da tecnologia SLAM, que dispensam fitas no chão ou espelhos laser em colunas, minimizando a necessidade de modificações e infraestrutura, e integrados com os sistemas SAP.

Também projeto e especifico equipamentos industriais de automação, como braços robóticos, segurança de máquinas, além da viabilidade financeira de projetos, através do cálculo de tempo de utilização.

Finalizo essa seção sobre com minhas paixões: os números e as letras. Números através da matemática, a mais bela das ciências, e letras, por meio de livros que me permitiram enxergar mais longe, como se, através deles, me apoiasse sobre ombros de gigantes.